quinta-feira, 19 de março de 2009

Monólogo de teor eticamente alto para meus neurônios

Você é a favor ou contra o aborto? Perguntinha difícil, hein?
Pois ela foi-me feita ontem e resolvi avaliar o caso.

O aborto é uma forma de interromper a geração de um ser vivo antes que ele desenvolva-se. Esse assunto tem acalentado muitas discussões dos pontos de vista ético, legal, moral e religioso. Para exemplificar melhor a complexidade disso, lembremos da menina de 9 anos, estuprada pelo padastro que engravidou de gêmeos e corria riso de vida. A moral considera absurdo uma gravidez na infância sendo que, se ela engravidou, é fato que já é uma mulher capaz de gerar vidas. A ética varia entre os infivíduos: 'é certo deixar uma criança ter filhos?', 'é certo abortar?' A lei só considera o aborto legal perante casos de extrema periculosidade, avaliando a concepção do bebê. A igreja... bem, a igreja considera fetos, mesmo antes dos 3 meses, vidas e julga e condena queles que cometem o aborto e seus "cúmplices".

Engraçado pensar nisso. Se olharmos para trás vamos ver que foi a ciência quem afirmou que fetos recém-formados são vivos, enquanto a igreja negava. Hoje, é essa quem abraça a idéia. A mesma igreja que condenou o uso de céculas-tronco para salvar vidas. Bem, presumo que vossa santidade o Papa Bento XVI não tome banho, ou no mínimo, seja ignorante. Afinal, ao tomar banho perdemos dezenas de células das quais poderiam serem gerados seres-humanos. Isso faria dele um assassino? É, a lei dos céus [leia-se: do vaticano] não deve ser aplicada ao nosso santo nazista.

A discussão ética é maior e mais ampla que isso. Será livre a pessoa que não tem o direito de abortar por gravidez indesejada? E a liberdade do feto de existir, onde está? É liberdade pessoas terem de usar métodos anticoncepcionais? Mas e render-se ao desejo que lhe consome, é liberdade também? E nós, temos o direito de dizer quando a vida começa e quando termina?

Há um tempo atrás a respiração era considerada o sopro de vida e quando ela se esvaía, a vida acompanhava. A pessoa estava morta. Depois com descobertas científicas em torno da saúde, a respiração passou a ser artificial e a morte dava-se quando o coração parava de funcionar. Até bonito de dizer, não é? Hoje, nós só morremos ao ter morte cerebral. Podemos vegetar, perder a comunicação, mas o cérebro estar vivo e nós não [mas eutanásia é assunto pra outro dia].

Boa resolução na qual a ciência conseguiu levar-nos, mas também não é comprovado científicamente que até um certo estágio o feto ainda não tem funções cerebrais? Então porque o aborto é crime nessa fase se ainda não há vida? Ou isso só vale para a morte?

Ainda bem que ainda não inventaram uma tecnologia para o computador emitir odores. Meu cérebro está queimando ao refletir sobre isso. Estaria eu morrendo? Por que não? Morrendo aos poucos. Só vive de verdade quem aprende a morrer [mas essa é uma didcussão mais filosófica da minha mente insana do que científica, então deixemos para outro post].

Somando minhas reflexões mais a percepção da fumaça que sai da minha cabeça, cheguei a um denominador comum.
Resultado da avaliação: Sem resultado.
Há certas discussões que não têm fim, principalmente quando é um monólogo que você está travando. Bom, eu me meu alterego não chegamos a nenhuma conclusão. Você sabe me dar respostas?

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