terça-feira, 19 de agosto de 2014

Clique sim para a vida


Todo mundo tem um filme que mudou a vida. Aquele que fez pensar se tinha algo errado e voltar atrás. Tenho vários. Dois me mudaram de verdade. Poderia fazer a pseudo-cult/hipster e citar aqui alguma película de Woody Allen ou de Almodóvar. Não. Quem me transformou foram dois adoráveis idiotas: Jim Carrey e Adam Sandler.
Em "Sim,senhor" Carrey me ensina sobre o poder das palavras. Há três letras em "sim" e em "não", mas uma longa distância entre ambas. Quantos nãos damos na vida sem notar que eles estão sendo dados pra vida? Por preguiça, tristeza ou mesmo comodismo, nos fechamos. Pensamos: "Hoje não". E se não houver amanhã? Dizer sim é viver cada experiência com sua máxima intesidade sem se arrenpender do não se fez.
Pensamento que me levou a outro ponto de Hollywood - e, infelizmente, não foi a calçada da fama: "Click", estrelado por Adam Sandler. O filme passa a vida de um homem comum. Literalmente. Passa. Com um controle remoto universal ele vai pulando os momentos chatos e não se dá conta que está perdendo o melhor. Ele tem opção (SPOILER ALERT)! Volta tudo e vive cada instante, pois sabe que é único. O máximo que pude fazer foi voltar meu próprio filme dentro da minha mente e pensar no que ainda posso perder. Já se deu conta do que já perdeu por medo? Medo de viver, de amar, de ser ridículo, de passar vergonha, de ser amado... Tantos medos bobos.

A vida pode ser espetacular, mas é preciso vivê-la. No controle universal da vida real, só há uma opção: o SIM.

W.A.M.

Coração de mãe


Há uma velha máxima que diz que quando cabe mais um é sempre como coração de mãe. Não poderia haver comparação melhor. Coração materno é um lugar grande o suficiente para caber a todos e, ao mesmo tempo, tão aconchegante a ponto de parecer pequeno o bastante para caber apenas um. 
Sempre que escuto isso fico me perguntando porquê é tão difícil ter um sentimento assim. Será que é mesmo necessário carregar alguém por nove meses no ventre para sentir um amor incondicional? Ok. Ninguém aqui quer dizer que pode-se amar mais que uma mãe. Mas por que não tentar?
Para provar que é possível, fiz uma lista de coisas simples que podem engrandecer um amor e, com certeza, quem o oferece:

1- cuide. E por cuidar não quero dizer caçar, stalkear, saber de cada passo. Mas ir à farmácia comprar um remédio pra gripe, dar um chocolate pra adoçar o dia ou mandar mensagens engraçadas para alegrar alguém;
2- faça a diferença. Não precisa dizer: "ei! Estou aqui! Sou o amor da sua vida, só você não vê"! Ou qualquer dessas coisas que a Pitty tenha lhe ensinado na adolescência. Já pensou em perguntar como foi o dia de alguém? Isso pode fazer a diferença;
3- divida. Seu dia, seus desejos, seus medos, um sorvete;
4- ofereça o coração. O ombro não basta. Nele dá pra chorar, mas no colo se pode afogar as mágoas; na boca, os desejos; nos olhos, a alma; no coração é possível se encontrar;
5- silencie. Se não tiver nada a dizer, cale. Às vezes tudo que alguém precisa é saber que do outro lado da porta há uma companhia;
6- aconselhe. Há quem diga que se conselho fosse bom, não era de graça. Tola visão capitalista de um sentimento que não tem preço. Só aconselha quem quer o bem. Algumas críticas são construtivas e, essas sim, são feitas por quem quer construir em você uma pessoa ainda melhor;
7- ame os defeitos. Para toda mãe, o filho é perfeito. Sabemos que não há algo como a perfeição completa, mas ela existe sim. Está em cada imperfeição do outro que aprendemos a aceitar e amar. Não é tão difícil. É só unir a matemática ao português. Às vezes é preciso subtrair para somar. 
Imperfeição - im = amor;
8- faça um bolo de chocolate. Sim, por que não? Por mais que você já tenha comido o bolo da sua mãe, o gosto é sempre melhor quando ele é feito de surpresa;
9- trate bem os amigos. Eles são família e, se você não for a mãe de fato, - bom, espero que não - eles vem primeiro. É com eles que todos nos sentimos em casa. Se for entrar na casa de alguém, seja legal;
10- não espere nada em troca. Esse é o mais importante item dessa lista. O amor não é necessariamente uma via de mão dupla, mas uma estrada que faz um retorno natural em algum ponto. Amar não é receber. É dar tudo que alguém precisa simplesmente porquê você quer vê-lo feliz.

Não é preciso carregar alguém no ventre pra ser um pouco mãe, mas no coração. E quando ele é grande cabe uma pessoa e um mundo de possibilidades.

W.A.M.