quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nó cego

Linhas traçadas naquelas mãos sofridas
Traçadas, laçadas, entrelaçadas
Fazendo 1 trajeto impossível de desvencilhar
Elas enroscam em outras linhas e formam um nó
Apertado, justo como o olhar dos amantes
Duas solitárias criaturas amarrando a linha da vida à linha do amor
A linha rabiscada daquelas mãos
Cheia de intervenções, mistérios, rudes ocasiões aprisionantes e defectíveis
A linhas laçavam umas às outras
Como intermitências sorridentes e caleidoscópicas
Abatida, a dona daqueles caminhos, caiu
Caiu em si, caiu no outro
Levou consigo suas linhas interrompidas e sua pele ríspida e calejada
Abatida, só conseguia pensar naquelas mãos acetinadas que um dia entrelaçaram-se com as suas
E não mais que de repente, ainda se vê presa por um nó que a segura
De um modo que a permite cair, mas que não a deixa chegar ao chão.

{Sobre a minha intermitência mais defectível. A única interferência no meu coração.}

W.A.M.