Entre devaneios e turvas visões da realidade, eu escrevo. Escrevo, porque a mão inquieta anseia por fazer desenhos do que sou e do que espero ser. Escrevo, porque o meu coração é envolto por duro gelo, mas por dentro ele queima, bate em um furacão de sentimentos e sente além do que o corpo pode passar.
Escrevo para libertar-me do frio e mergulhar de vez na beleza da escuridão que não me dá certezas, mas me dá as dúvidas que construirão a intensidade de uma vida.
sábado, 21 de abril de 2012
Saudade da saudade
Qual é mesmo aquela palavra? Ah! Claro! Como poderia esquecer? Está diariamente nas atualizações das redes sociais, nas mensagens, nos lábios... A tal da "saudade".
Aspas poucas vezes me foram tão úteis. Aqui estão cercando essa palavra que existe apenas na língua portuguesa e inexiste de fato dentro daqueles que a utilizam. Saudade. Tão verbalizada, tão incompreendida.
Hipócrita seria eu em dizer que não ajudei a deturpar seu significado. Quantas vezes dizemos que sentimos saudades quando sentimos apenas falta? Sinônimos com significados tão distintos... Uma simples falta de uma semana, um mês, nunca será a saudade de quem partiu. Falta é pouco para caracterizar o que sentimos ao sentir a poeira de um álbum cheio de sorrisos. Isso sim é saudade.
Venho, então, defender o obsoletismo de palavra tão rara para o resto do mundo. Que ela volte a ter dentro de nós, quando falamos e ouvimos, o mesmo significado do dicionário. Uma enorme falta, não um meio de iniciar uma conversa ou chamar atenção.
Voltemos a sentir saudade de senti-la. Para que os reencontros e memórias sejam uma vez mais tão saborosos quanto deveriam ser.
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