quinta-feira, 16 de agosto de 2012

No final...

Não sabia se era a luz que ofuscava a visão ou se realmente não tinha fim. Só sentia que puxava e puxava e nunca chegava à outra ponta, como se alguém estivesse lá do outro lado fazendo o mesmo.
As mãos sangravam na tentativa de chegar lá, descobrir o que o estava esperando. Uma brincadeira infantil com um cabo de aço grosseiro. Aos poucos o sangue ia tirando o viço da pele, a vontade de continuar. Cada ferida, uma desilusão. Sem tempo para trocar de pele ou de coração. 
Hora de desistir. Não havia ninguém na outra ponta, fato. Soltou o cabo e pensou em dar as costas, melhor não.O cabo estava se mexendo sozinho. De repente, segurando a ponta que tanto procurara, surgiu como uma visão sombreada pelo sol às suas costas, uma bela garota de olhos verdes e pele morena. Não sabia se era de fato bonita, mas o encanto foi instantâneo.
Bem que disseram. Há sempre alguém na outra ponta, basta não parar de tentar mesmo com as feridas do caminho.

W.A.M.

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