terça-feira, 27 de julho de 2010

Quelóide


Não é preciso ter vergonha de sentir, mesmo que tudo o que você sinta seja o medo. O puro medo de sentir. Mesmo que esse medo cause-lhe uma vergonha intensa.

O problema é quando se quer sentir medo. Sem ele feridas abririam, algumas reabririam, já que o alzheimer não afeta a alma.

Na verdade deve-se simplesmente sentir. Com a alma, com a cabeça, com o coração, com o corpo. Sentir intensamente o que a vida oferece e tantas vezes as ofertas são recusadas pelo medo. Mas o que seria do ser-humano sem o medo? Alguns só se reconhecem com ele.

Seria isso medo de fato ou apenas precaução? Seria isso ser covarde? Algumas perguntas parecem fáceis de responder quando a cicatriz não está na sua pele.

Quando se sente acuado, o verdadeiro medo a se ter é o de ser você mesmo. Ou deveria- se ter, na verdade, vergonha disso? Muito tarde para perguntas quando o mundo pressiona por respostas e você se vê cansado demais para responder.

A quelóide na alma deixa marcas maiores.


W.A.M.

Um comentário:

Dóriam Alves disse...

Não deixe de ler excelente artigo sobre a Lei Maria da Penha e como eu entender porque até o presente, a Lei Maria da Penha tem sido ineficaz, pois a violência doméstica e familiar tem aumentado. Acesse o blog, comente e divulgue: www.valdecyalves.blogspot.com