segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mais do mesmo

Odeio rotina. Chegar em casa é como morrer mais um pouco. 
Cada movimento feito igual, cada semelhança mata aos pouquinhos. E que há para se fazer em casa a não ser pensar nisso. Nela. Quando virá me tirar desse cotidiano? Amanhã ou enquanto durmo? Que seja logo. Ou não. Melhor nem dormir para não arriscar. Quando?
Pensar nela me tira o sono. Ele bate à porta, mas não entra ao perceber que amanhã farei o mesmo do mesmo. Morrerei mais uma vez da vez forma. Para que temer a definitiva se a torturadora me persegue dia após dia?
Mas quando? Uma cerveja já não me basta. São necessárias várias. A embriaguez que me faz adormecer também me acalenta, faz sentir vivo. Melhor viver a morrer sendo mais um ébrio covarde.
Ser solitário no inferno a ser mais um no céu.

W.A.M.

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