A página em branco me irrita. Como se me olhasse com repugnância. Me julgando por não ter a capacidade de preencher o vácuo. Não escrevo por fazê-lo. Cada palavra jogada, cada frase formada são restos do meu corpo. Necessito preencher o espaço para suprir meu vazio.
As ideias saem conflitantes. Brigam entre si acusando a outra se ser a pior, a menos digna de ser desenhada no lívido espaço à minha frente. Enquanto brigam me encontro no meio, perdida na vontade de expressar algo. Um suspiro que seja.
Há algo em mim que deseja ser livre. Voar em direção à folha para acalentá-la nessa fria solidão.
Nada sai. Jogo a caneta, me levanto, tomo em mãos um livro como se fosse um recém-nascido.
Ensine-me. Liberte-me. Preencha de palavras o vazio que há em mim.
W.A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário