segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um raio X do nosso "eu interior"

Quando o cientista tira o rosto de seu experimento, o homem bicentenário leva um susto. Por um momento a expectadora que vos escreve se pergunta: "Por que tamanho susto? Por mais humano que ele queira ser, ele sabe que é um robô, não é?". Com a reposta veio uma gargalhada seguida de pensamentos inebriantes. "O que foi?!!", pergunta o cientista. "Eu vi o meu eu interior"! Agora entendo o que aquela minha professora chamava de "insight".
Que desgraçada metáfora, não? A arte imita a vida, mais uma vez [ou é o contrário que dizem por aí?]. Imagine se conseguíssemos ver nossos "eus"? Ah! Eu não conseguiria conviver nem comigo e muito menos com você. Podemos enganar-mo-nos o quanto for. "Não ligo para o exterior, o que importa é o que há por dentro". Eu também importo-me substancialmente com "o que há por dentro", meu caro, mas e se pudéssemos ver realmente o que é o que tanto chamamos "interior"? As qualidades com certeza tomariam maior vivacidade e brilho aos nossos olhos e isso seria maravilhoso. Como se fosse possível enxergar fisicamente.

_ Está vendo aquela veia ali? A mais comprida! É a do amor!
_ Nossa, como ele ama! E aquela? A mais lânguida.
_ Aquela fraquinha "sufocando" a do amor? É a do respeito.
_ Ah...

O quão bizarro seria isso, não? E os defeitos, como mostrar-se-iam? É deles que tenho medo e não de ver as suas artérias e derivados, mas de mostrar os meus próprios a qualquer transeunte, ou melhor, aos meus queridos. Não! Eu não teria veia o bastante para isso.

_ Olha como a artéria dela é rígida! Bombeia amor pra todas as partes do corpo!
_ Mas ela não está um pouco congelada em algumas ramificações?
_ É verdade... E, se notar, as ilesas não são maiores que as veias da paciência.

Ah não! Que desgraça seria mostra-lhe meu desgraçado eu interior. Desgraçado, porém não desprovido.
São todas essas artérias e veias, sejam fortes ou mirradas que irrigam nosso corpo e o fazem ter movimentos, sentimentos, impulsos, ataques. Somos como máquinas com sentimentos, tentando incessantemente construir e reconstruir nosso sistema nervoso central, orgãos e glândulas lacrimais, porque eles nunca serão bons o bastante para nós. Na eterna estrada pela busca de outros iguais a nós e falhando eternamente. Na constante tentativa se sermos mais e mais humanos.
Se tirarem minha face agora? Você ia se assombrar com a complexidade proveniente da divina dádiva da natureza e veria o quão bonito e tenebroso alguém pode ser lá no fundo

Isso lembrou-me algo que disse a um amigo esses dias: "Quem ama vê defeitos sim, mas AMA exatamente porque os conhece e ainda assim, ama". Estaria eu certa?

Nota mental: Esse é um dos filmes que mais gosto. O que ele ganhou? Uma indicação ao Oscar de melhor maquiagem [o qual não ganhou] e rendeu um Framboesa de ouro para Robbie Williams [quem não sabe o Framboesa é o contrário do Oscar, portanto, prêmio de pior ator], mas o que importa? Importa a lição que tiramos dele [e que você não fale mal do Robbir naa minha frente haosauahso].

Tira de hoje



W.A.M.

2 comentários:

Elih Alcântara disse...

acho que se as pessoas pudessem perceber os sentimentos umas das outras com tanta clareza, no inicio, as pessoas se machucariam mais por ver que certas pessoas não amam tanto assim e se surpreenderiam por perceber que algumas pessoas amam mais que aparentam.

Por isso, acho que seriam mais felizes em um segundo momento. Se afastariam das pessoas com vasos finos e curtos e se aproximariam das pessoas que alimentam o amor com mais sangue.

Elih Alcântara disse...

ah, o Robbie Williams tem o narigão