O telefone toca, eu sei que é você. Não há como negar. É um sentimento entorpecente, uma sensação de bem-querer em uma simples saudação.
Alô?
É você sim!
Me conta da vida como se em um dia o mundo se transformasse. A sua voz é poesia musicada que me dá vontade de seguir, que acalenta minha insônia agoniante.
Mas o vento é forte, a tempestade segue, você fica. O mundo, afinal, transforma-se em um dia. Ele gira.Você que me segurava, me amava, me cuidava, se foi sem nada dizer.
A dor ficou. A dor de não ter com quem contar e nem mesmo uma explicação na qual segurar. Ela ficou. Você não.
Dor companheira, amiga, fiel. Ela me acompanha.
Você não.
Ficou pelo meio do caminho com essa camaleônica capacidade de mudar de ares, de amigos, de sentimentos.
Pelo menos até a próxima silenciosa tempestade. Até o mundo girar e voltar ao mesmo lugar.
W.A.M.
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