Acordei com um gosto amargo na boca. Procurei na memória o que havia comido na noite anterior, apenas doces... Escovei os dentes com vigor e nada. Infelizmente não foi difícil entender. O gosto vinha de mim. De dentro de mim. Um gostinho peculiar que já sinto há muitos anos e que aflora de tempos em tempos.
É... Sou amarga, muito embora tente lutar contra isso. Não consigo saborear o doce que dizem ter os sentimentos. Provo, saborear seria pedir demais. Meu paladar me condena à amargura.
Tento expressar meus sentimentos. Minha espontaneidade às vezes me permite isso, quando sim, arrependo-me amargamente. Mais uma vez lá está, o sinto, o amargo.
Deve ser por isso que sou o que chamam de "chocólatra". O doce é uma válvula de escape que me permite um único prazer em meio aos amargos e azedos que de mim emanam.
É... Sou uma doce amargurada criatura querendo amargar pra sempre em um doce e desconhecido sabor.
W.A.M.
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