segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sem Vagas

Inerte. Uma estátua de mármore fria e dura. Mal parecia a mulher que os outros a imaginavam ser. Assim ela permaneceu, sem forças, não conseguia se mover.
Pela face pálida, lágrimas rolavam sem som, sem aroma, a deixando cansada do gosto salgado que banhava os lábios. Nem sabia porque chorava.
A TV ligada quebrava o som do vento sorrateiro que espiava pela porta e lentamente acariciava- lhe a pele. Ela não sentia, nada sentia. .
Certa vez lhe disseram que seria fácil, mas estava convencida, seu coração não tinha espaço para mais ninguém, ele já estava totalmente preenchido por ela mesma - apesar da inutilização da vaga.
Estava trancado, lacrado com uma placa alertando o perigo aos forasteiros. Ela não sentia mais nada e só se deu conta quando tentou sentir. Já era tarde.

W.A.M.

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