segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A droga do amor




Para os homens há dois grupos de mulheres: a lícita e a ilícita.
A lícita é aceita pela sociedade, principalmente pela mãe dele. É boa, atenciosa, carinhosa, capaz de viver uma relação estável, e, principalmente, fazê-lo feliz. Fácil demais...

Eles não querem um solo para pisar firme, mas alguém que o tire do chão e vire sua cabeça ao avesso. Uma droga viciante e proibida. Atenção e carinho tudo bem, mas estabilidade? É na instabilidade que residem as maiores paixões e as mais arrebatadoras pessoas. Elas arrebatam porque provocam dor e o ser-humano necessita de dor para viver.

É na dor que ele se sente mais vivo e, quando ela é muito forte, morto. Morrer aos pouquinhos ou mesmo rapidamente, é necessário para dar valor a vida e erguer-se de novo para estar mais forte na próxima queda. O homem precisa sentir-se miserável para dar valor ao que tem.

Drogas lícitas viciam, excitam, atraem, mas viram rotina. São passíveis de ser utilizadas em qualquer situação, em qualquer lugar. As ilícitas? Alucinam, lhe levam a outros mundos, lhe fazem refém, só que em superdose, destroem.

A paixão é uma dor que pulsa para lembrar que existe. Ela destrói o que você entende por realidade e lhe mata aos poucos. E como é bom morrer... Como se o inferno fosse o paraíso queimando em prazer, e uma vez feito o pacto com o demônio só há uma cláusula que pode destrui-lo.

O amor. Este é a soma de todas as drogas. É lícito pelo excesso de atenção, carinho, respeito mútuo, pela necessidade constante de proteger e ver o outro feliz. É também ilícito, pois vicia, lhe faz queimar e faz gritar de dor. Também mata. Mata o que há de pior em você e lhe torna melhor.

O amor é uma droga e nem todos são dignos dela. Embarcar em um barco furado e morrer sem nada, ou em um transatlântico e ancorar em um porto seguro? Melhor seria afundar e aprender a nadar juntos.


W.A.M.



Um comentário:

Histórica! disse...

Só sei que você acertou na mosca! O seu pensamento, embora consiso, representa o caos que devemos almejar a fim de tocar nossos próprios conceitos, conseitos que podem ser vistos como impróprios, contudo não se pode tanger maior propriedade. Um abraço.
Hilda Freitas, Belém