Entre devaneios e turvas visões da realidade, eu escrevo. Escrevo, porque a mão inquieta anseia por fazer desenhos do que sou e do que espero ser. Escrevo, porque o meu coração é envolto por duro gelo, mas por dentro ele queima, bate em um furacão de sentimentos e sente além do que o corpo pode passar. Escrevo para libertar-me do frio e mergulhar de vez na beleza da escuridão que não me dá certezas, mas me dá as dúvidas que construirão a intensidade de uma vida.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
A droga do amor
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Move on
Fortaleza, sexta-feira 13
Oi, tudo bem?
Nunca fui muito boa com as palavras, pelo menos não as que saem pela boca. Minha verborréia flui melhor com pena, tinteiro e uma folha de papel. Que antigo, né? Eu sei. Prometo que da próxima vez tento, ao menos, usar uma bic mordida, até porque é por isso que lhe escrevo.
Estou tentando mudar, jogar fora os velhos hábitos e tudo aquilo que me faz mal. É tempo de renovação. Bom, vou direto ao ponto. Você faz parte do meu antigo eu, de uma pessoa confusa e que sempre carregava uma cruz maior do que os seus pecados. Eu não quero mais isso pra mim.
Parece desonesto fazê-lo por carta, mas você mesmo nunca foi exemplo de honestidade. Chegava sorrateiro e atacava como um lobo, corroendo minhas entranhas e tirando o que há melhor em mim. CHEGA!
É tarde para olhar pra trás e não existe borracha que apague os erros passados. Com tanta tecnologia bem que poderia haver um programa que nem naquele filme lá do Jim Carrey e da garota de cabelo colorido, mas não se preocupe, também deixei de fantasiar com filmes. Pintar o cabelo de verde não ajudou, então melhor parar.
Aí eu imagino: de que adiantaria apagar o que passou? Quer dizer, seria justo apagar o que me faz tão mal se um dia me fez tão bem? O pior é que eu mesmo não sei quando começou a mudar. Ódio e amor são opostos e, exatamente por isso, completam-se. É como se não gostassem de olhar no espelho, pois quando olham vêem a parte de si que rejeitam. Só que nesse momento, eu tenho que arrancar essa outra parte de mim, mas sem esquecer você, pois é meu aprendizado e minha base para crescer.
Me diz uma coisa... Você me apagaria? Do que estou falando? Você já me apagou e me deixou cega a ponto de eu esquecer como se sorri. Não posso te apagar da memória, mas posso começar uma nova. Uma memória cheia de sorrisos, onde só permanece quem merece e essas pessoas eu sei pelo olhar, pelo riso compartilhado e pela falta do lembrar você.
É parte de mim, não posso mudar. Posso agora arquitetar uma melhor para ficar a sua frente e mostrá-la aos meus filhos.
Adeus, passado. Foi um prazer conhecê-lo e um desprazer vive-lo.
W.A.M.