terça-feira, 29 de junho de 2010

A ponte de Londres está caindo ♪

Tinha um quê de não estar entendendo o que estava na ponta de seu nariz. Não conseguia desmitificar o que antes parecia um livro aberto. Sua lente era apenas para miopia, não para entrelinhas.

Foi um afastamento repentino. Uma distância continuamente aumentada por um não existir de palavras. Palavras não caminhavam mais entre elas. Até caminhavam, mas a ponte era mal feita, escorregadia, parecia feita em Londres.

Quando as palavras deixam de existir só o que vem à boca são restos numa ânsia de vômito incontrolável de regurgitar o que poderia continuar sendo se não parassem de ter sido.

Então pra que continuar se palavras eram seu chão e elas desapareceram bem debaixo de seus pés. Pra que continuar se as palavras estancaram. Como ir em frente?

Os substantivos apenas não lhe bastavam. Necessitava de verbos para poder adjetivar o que fora e pronominar quem havia sido.

Necessitava. Era esse o verbo.

W.A.M.

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